quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pinóquio de Carlo Collodi

Há dias que a Luísa e eu estamos lendo juntas As Aventuras de Pinóquio escrito por Carlo Collodi e traduzido pela Marina Colasanti.  Tem sido uma leitura incrível.  Minha geração cresceu com a versão animada do Walt Disney e por muitos e muitos anos acreditei que “aquele”, o filme, é que fosse a história original.  Quando descobri o livro não tive a menor curiosidade de lê-lo...  Aliás, foi por ocasião do lançamento de outra versão para o cinema que eu me dei conta da existência do Sr. Collodi.  Aluguei o filme Pinóquio para assistir com o Pedro, na época ainda pequenininho, e fiquei chocada com um Pinóquio tão arteiro e encrenqueiro.   Lembro que foi por então que percebi, ou acordei para o fato, de que muitos de meus desenhos favoritos, lembranças maravilhosas de infância, eram na verdade, adaptações para o cinema de grandes clássicos da literatura.

É interessante essa história de ‘clássico’.  O Ítalo Calvino diz que “Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”.  Enquanto leio o Pinóquio com a Luísa percebo o quanto isso é verdade.  Rimos, sofremos e nos divertimos imensamente a cada capítulo por isso é tão difícil acreditar que esse livro tenha sido escrito em 1881 (a primeira edição é na verdade de 1883).  As imagens da época abundam e a Luísa pára a cada quanto para perguntar coisas do tipo: “O que é uma taverna?  O que é um purgante?”  No entanto, a emoção da aventura, os sustos e os sobressaltos, tenho certeza de que são os mesmos que sentiam as crianças lá do século 19 enquanto liam os capítulos publicados num jornal italiano da época.   Não canso de me surpreender com a “atualidade” das aventuras do boneco de madeira.

Enquanto a Luísa e eu desfrutamos de mais uma história juntas, me pergunto por que eu nunca li As Aventuras de Pinóquio para o Pedro.  Ele teria gostado tanto!  Mas àquela altura eu não sabia tudo o que sei hoje e nem conhecia o que conheço hoje sobre/da literatura infantil.  Uma pena enorme...  Pelo menos eu li outras coisas para ele e acho que consegui despertar no meu primogênito o amor pelos livros e a paixão pela leitura.  Ele tem um gosto bem definido, preferências bem claras e agora está amadurecendo e começando a compartilhar leituras mais adultas comigo.  Tem se aberto a diferentes sugestões de diferentes estilos literários dos que ele está acostumado a escolher para ler.  Estou pensando aqui quais os clássicos que eu gostaria de ler com ele (ou pelo menos recomendar para ele).  Tenho pânico da história das “leituras para vestibular” e do massacre que o ensino médio faz com a literatura... mas isso é assunto para outro dia.

 Agora vou rever minhas prateleiras e procurar o que me falta ler.  A lista é enorme, mas estou cheia de vontade e tenho ótima companhia.  O próximo livro para compartilhar com a Lulu é o Peter Pan e Wendy, do J.M Barrie.

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