segunda-feira, 10 de maio de 2010

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Há vários dias que estamos lendo juntos um livro chamado Histórias de Avô e Avó, escrito pelo Arthur Nestrovski que é um músico maravilhoso, um violonista de primeiríssima com talento para fazer um montão de coisas diferentes.  Inclusive escrever livro infantil.  Há uns dias que estamos lendo este livro, a Luísa, o Fê e eu.  Só que não estamos lendo os três juntos, juntos.  De vez em quando o Felipe lê prá Lulu e de vez em quando sou eu quem lê prá ela.  Uma besteira isso.  Deveríamos mesmo era parar de fazer o que quer que seja para curtir quinze ou vinte minutos juntinhos lendo - os três.  E de preferência incluindo o Pedro na história, se bem que ele está bem naquela fase de querer passar loooonge de qualquer coisa com o adjetivo infantil.  Literatura sim, infantil de jeito nenhum.  Mas enfim, acho que esse vai ser o meu próximo desafio.  Transformar esse hábito de leitura compartilhada em leitura em família MESMO.  Todos juntos.  Ao mesmo tempo.


Todo mundo lê muito aqui em casa.  Há livros, revistas, revistinhas espalhados por todos os cômodos.  Mas, não sei porque, somos leitores muito solitários.  Li num livro lindíssimo da Heloísa Seixas chamado Uma Ilha Chamada Livro que "quando um leitor se senta para ler um livro, são duas solidões que se encontram."  Isso é muito lindo, mas vou confessar que eu bem queria que o livro aqui em casa fosse mais socializado.  A gente fala muito 'sobre' livros, troca ideia, opinião, mas eu queria que a gente compartilhasse mais momentos de leitura.  Uma amiga me contou uma vez que na casa dela pais e filhos vivem lendo uns para os outros.  Não que eles leiam sempre juntos, mas quando encontram alguma coisa de que gostam muito sentem uma necessidade enorme de compartilhar.  Eu também sinto isso, mas em vez de ler para o meu marido ou para as crianças, acabo passando o livro (texto, artigo, o que for) para eles e dizendo "Olha que lindo!"  Só que desse jeito a emoção que eu senti ao ler se perde...  porque ela não vai passar pela minha voz, pelos meus olhos, pelo meu corpo.  Fica presa em mim.  Por mais que o outro leitor (quem quer que ele seja) também ache aquilo lindo, a leitura vai ser diferente.  A emoção também.


Eu me pergunto porque nós não temos esse hábito em casa e se é possível mudar isso.  Imagino que sim e que não custa nada tentar.  Já estou aqui fantasiando uma casa cheia de palavras voadoras, onde se lê poesias, crônicas, trechos de livros e, obviamente, artigos sobre futebol o tempo todo em voz alta.  No meio da sala, de pé em cima da mesa, na cozinha, em qualquer lugar!  Vou fazer essa proposta.  Talvez me achem meio doida, mas vou propor de cada um ler para outra pessoa da família alguma coisa que gosta.  Só para ver como a gente se sente.  Depois eu conto como foi.


Mais uma dica - só que essa eu ainda não conheço.  Estava procurando uma imagem do livro do Arthur Nestrovski e dei no site dele na internet.  Descobri que ele tem um lançamento fresquinho:  Agora Eu Era, da Cia. das Letrinhas.  Acho que vale a pena olhar.  Se for parecido com os outros livros dele vai ser tudo de bom!



Um comentário:

  1. Silvana, realmente essa idéia de ler junto é bem legal, pensando bem só lemos em voz alta em geral com as grianças que ainda não sabem ler, vou tentar implementar aqui em casa também. A minha neta com certeza vai adorar, ela já adora um livro!

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