segunda-feira, 12 de abril de 2010

Papo de Sapato

Amo o título desse livro!  Ele é sonoro e engraçado, mas pelo título a gente não consegue imaginar a história linda que está escondida lá dentro.  O Pedro Bandeira é mesmo um craque.  Ontem me surpreendi com um nó na garganta enquanto lia o livro para a Luísa.  Quem diria...  Esse livro também não é novo para mim, nem para a Lulu, mas já fazia um tempinho que não o líamos.  E por primeira vez, que eu me lembre, a força do livro me agarrou de surpresa, foi maior que eu e transbordou.  A voz travou, deu vontade de chorar enquanto lia.

Depois fiquei me perguntando porquê (com acento?  sem acento?  junto?  separado?  preciso de uma aula urgente!!!)  Será que foi porque me esforcei tanto na 'interpretação'?  Não foi proposital, foi acontecendo naturalmente.  A história começa simples e vai crescendo, crescendo até o clímax já pertinho do final.  E que surpresa que esse final me tocasse de tal maneira.  De novo me lembrei do Daniel Pennac que diz no Como um Romance:

"O homem que lê de viva voz se expõe totalmente."

E mais adiante ele continua:

"O homem que lê de viva voz se expõe totalmente aos olhos que o escutam."

E é claro que minha filha não deixou passar o meu tropeço, o meu engasgo.  Rapidamente se achegou a mim e apertou o meu braço, como se me consolasse.  Não sei até que ponto a Luísa entendeu a história.  A mensagem é tão sutil... mas ela entendeu que eu tinha entendido alguma coisa forte.  Ela entendeu que o significado dessa história com ilustrações tão lindas e divertidas (do Ziraldo!), trazia alguma coisa que me emocionou.  Essa troca foi significativa.  Tenho certeza que quando ela for mais velha, mais madura, vai procurar esse livro de novo.

p.s. o livro do Daniel Pennac é simplesmente arrepiante.  Obrigada, Alma, por me apresentar!  Já li duas vezes, de capa a capa, numa sentada só.  Agora estou lendo outro livro dele, Diário de Escola, que também é daqueles que a gente não consegue largar.

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