quarta-feira, 17 de março de 2010

Histórias de Família

Ontem lemos um capítulo do livro em que a Ana Miranda fala de sua família. Dá mais detalhes sobre seus pais, fala de como eles se conheceram, explica como ela enxergava o relacionamento dos dois com o seu olhar de criança. Também fala de seus avós, como eram, que faziam... lista ali suas memórias de família.

Da primeira vez que li o livro aprendi um bocado de coisas novas - não só sobre a história de Brasília, mas também sobre costumes e hábitos de vários lugares do Brasil na época. Achei interessante apontar algumas dessas coisas para a Luísa. Por exemplo, o fato da mãe da Ana Miranda usar calças compridas, coisa que era um escândalo no Ceará de então (segundo a autora). Mas como minha filha SEMPRE me surpreende, ela nem se abalou. Eu achando a informação um barato, pensei que o tema fosse interessá-la, principalmente porque a Luísa mesma não cabe em nenhum rótulo de "menininha" contemporânea: não gosta de rosa, não gosta de vestido, não gosta de saia e não gosta de sandalinhas bonitinhas. Mas ela nem tchum prá isso.

O que chamou a atenção da Luísa foi a maneira como a Ana descreveu a relação dos pais.
"Papai era apaixonado por mamãe, a vida inteira ele levou para ela café-da-manhã na cama, fazia tudo querendo agradá-la."
A Luísa comentou:
"Nossa, você iria adorar se o papai também fosse assim com você, né?"

Análises Freudianas à parte, achei interessantíssimo observar que nem sempre a gente acerta no que vai chamar a atenção das crianças. Por MELHOR que a gente as conheça. Acho que não tem só a ver com diferenças geracionais, mas tem muito a ver com o momento de cada um na hora da leitura. Por isso é tão bacana ler o mesmo livro mais de uma vez - cada leitura é uma nova leitura. Cada momento traz uma nova interpretação, uma nova relação com o texto. Bom prá professor lembrar disso sempre...

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