A Luisa e eu conseguimos ler mais quatro capítulos do livro. Ontem ela não teve aula de karate e por isso chegamos mais cedo em casa. Depois de terminar todos os "afazeres" a gente sentou no pufe e leu mais um bocado. Super bom!
Eu com certeza estou curtindo o livro muito mais do que ela, mas imagino que isso seja porque eu consigo fazer uma relação muito mais próxima com a história. Brasília é minha. Já tinha lido o livro antes e conheço bastante a história da cidade, mas mesmo assim há vários detalhes dos quais eu não me lembrava. É muito gostoso redescobri-los.
A Luísa está gostando do lado da aventura, das partes mais "emocionantes" do livro. Ela adorou, por exemplo, a parte em que a Ana Miranda conta que o JK resolveu ir inspecionar o começo das obras e aterrissou num descampado onde só se chegava de jipe. Mas é interessante observar como ela busca fazer relações com a história. Já havíamos percebido uma foto onde o JK aparece em frente de uma cruz, deixada pela expedição Cruls no lugar que eles haviam decidido ser o "ideal" para a construção da nova capital, lá em 1892. Mais adiante, no capítulo que fala sobre o projeto da cidade, o Lúcio Costa explica que "quando alguém chega a um lugar e quer tomar posse desse lugar faz uma cruz." Com mais uns rabiscos, a cruz estilizada do Lúcio Costa virou um avião. A Luísa olhou para fora da janela pensativa e disse:
- Não sei se é impressão minha, mas aquilo ali no prédio (ao lado de nossa casa) parece uma cruz.
Era realmente o reflexo da luminária da rua que, por causa do revestimento de azulejos do prédio, tinha formado uma cruz. Adorei a "livre associação" e a vontade de mostrar alguma coisa parecida/relacionada com o que estávamos lendo. Mostra que ela estava prestando atenção - no mínimo.
Acho que depois vou ler com ela Nas Ruas do Brás. Como ela é paulistana, talvez curta ainda mais.
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